domingo, 19 de janeiro de 2014

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)




O TOC é um transtorno mental caracterizado pela presença de obsessões, compulsões ou ambas, idéias, fantasias e imagens, e por atos, rituais ou comportamentais. Considerado um transtorno mental grave. Tendo a ser crônico, como consequências o isolamento social e a depressão.

Acometendo aproximadamente um em cada 40 a 60 indivíduos ou ao redor de 2,5% das pessoas ao longo da vida, ou ao redor de 1% em determinado momento. No Brasil, é provável que existam ao redor de 2 a 4 milhões de indivíduos com o transtorno. Seu início em geral é na adolescência, mas, não raro, na infância. Indivíduos jovens, na adolescência, na infância associado a tiques/Síndrome de Tourette ou (TDAH) Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. Após os 18 ou 20 anos, e após os 40 anos, mesma proporção homens e mulheres. e incapacitação em mulheres dos 15 aos 44 anos.

Os sintomas podem ser de intensidade leve, mas não raro são muito graves e até incapacitantes. crônico, com os sintomas crescendo ou diminuindo de intensidade ao longo do tempo.



Pesquisas recentes mostram que pessoas com TOC e seus familiares possuem uma baixa função em áreas cerebrais responsáveis pelo controle habitual do comportamento (stop). As áreas vermelhas marcadas nas imagens são conhecidas como regiões responsáveis por esse controle no comportamento (stop). As pessoas saudáveis possuem essas áreas mais funcionantes. Em pacientes com TOC, bem como em seus familiares, vemos que essas áreas estão pouco ativas.

Obsessões



Caracterizam-se por ideias, pensamentos, fantasias ou imagens persistentes,indesejáveis e involuntários, causando acentuada ansiedade ou desconforto e obrigando o indivíduo a executar rituais. Interferem nas atividades diárias, nas relações interpessoais ou ocupam o indivíduo. As Obsessões podem ser cenas, palavras, frases, números, músicas que o indivíduo não consegue afastar ou suprimir. como chegar ou sair de casa (dúvidas e verificações), usar um banheiro público, tocar em objetos como torneiras, maçanetas, dinheiro (medo de contaminação) ou passar perto de uma lixeira. Provocam ansiedade, (os rituais) com o objetivo afastar a "ameaça" ou reduzir o risco, ou ainda evitando o contato como forma de eliminar o medo ou o desconforto. medos de contaminação e a preocupação com germes/sujeira, pensamentos, impulsos ou imagens indesejáveis e perturbadores de conteúdo violento ou agressivo (ferir ou agredir outras pessoas), sexual (molestar uma criança, dúvidas sobre a orientação sexual) ou blasfemo (ofender a Deus); pensamentos supersticiosos relacionados a números, cores, datas ou horários; preocupação em que as coisas estejam alinhadas e simétricas ou no lugar "certo" e preocupações excessivas por armazenar, poupar ou guardar coisas inúteis (colecionamento). nas depressões (ruminações de culpa, desvalia ou desamparo), nos transtornos alimentares (preocupação persistente com o peso ou com as calorias dos alimentos), nos transtornos de impulsos (com aquisições, no comprar compulsivo, ou com o jogo, no jogo patológico).

Compulsões



Predominam os rituais e os pensamentos, são comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa se sente compelida a executar para diminuir ou eliminar a ansiedade ou o desconforto associado às obsessões ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente Atos físicos ou mentais realizados em resposta às obsessões, com a intenção de afastar ameaças (contaminação, a casa incendiar), prevenir falhas ou aliviar um desconforto físico. Evitar o contado com determinados lugares (por exemplo, banheiros públicos, hospitais, cemitérios), objetos que outras pessoas tocam (dinheiro, telefone público, maçanetas) ou (mendigos, pessoas com algum ferimento) obter alívio dos seus medos e preocupações são evitações. lavar as mãos repetidas vezes para proteger-se de germes ou contaminação; verificar repetidamente a porta, as janelas, gás, fogão para eliminar dúvidas e ter certeza; alinhar os objetos para que fiquem simétricos ou na posição exata; acumular ou armazenar objetos sem utilidade e não conseguir descarta-los; repetições diversas: tocar, olhar fixamente, bater de leve, raspar, estalar os dedos ou as articulações, sentar e levantar, entrar e sair de uma peça, que nem sempre são precedidos por uma obsessão. atos mentais como: contar, rezar, repetir palavras, frases em silêncio, repassar argumentos mentalmente, substituir imagens ou pensamentos "ruins" por imagens ou pensamentos "bons"

Evitações



Relacionadas com o medo de contaminação por germes e bactérias, de contrair doenças, ou simplesmente por nojo. Exemplos: evitar banheiros públicos, usar lenço ou papel para tocar nos objetos, usar luvas para cumprimentar as pessoas, não tocar e nem chegar perto de certas pessoas, não tocar ou encostar a roupa em objetos usados por outras pessoas como dinheiro, maçanetas, pegador do ônibus, corrimãos. Caso a pessoa toque nesses objetos ou encoste a roupa em geral precisa lavar as mãos ou trocar de roupas depois. estar associadas a medos de natureza supersticiosa (não usar uma roupa de uma determinada cor, não fazer nada em determinada data ou em determinado horário para não acontecer uma desgraça no futuro), a pensamentos de conteúdo violento ou sexual inaceitável (desviar de pedestres por medo de agredi-los, evitar pegar um bebê no colo em razão do pensamento de atirá-lo pela janela; não chegar perto de crianças em razão de pensamento de molestá-las).

Causas

A ciência, ainda não conseguiu identificar suas verdadeiras causas.
Vários fatores contribuem para o seu aparecimento: de natureza biológica envolvendo a predisposição genética, alterações funcionais e da neuroquímica cerebrais, e fatores psicológicos como aprendizagens de formas erradas de lidar com medos e ansiedades.



Fatores biológicos

Traumatismos craniencefálicos, derrames ou acidentes vasculares cerebrais em certas regiões do cérebro. Associados a uma variedade de doenças neurológicas como encefalites, doença de Parkinson, em quadros neuropsiquiátricos associados a infecções pelo estreptococo beta hemolítico como a febre reumática, a Coreia de Sydenham, a um grupo de transtornos neuropediátricos da mesma forma associado a infecções pelo estreptococo e denominados de PANDAS, associação de TOC com tiques e a Síndrome de Tourette. (distúrbio neurológico ou "neuro-químico" que se caracteriza por tiques).

Os sintomas



Características é a diversidade dos seus sintomas (medos de contaminação/lavagens, dúvidas excessivas seguidas de verificações, preocupação exagerada com ordem/simetria ou exatidão, pensamentos de conteúdo inaceitável (violência, sexuais, ou blasfemos), compulsão por armazenar objetos sem utilidade e dificuldade em descarta-los - ou colecionismo). geralmente exista um que predomine.

Diagnóstico

Estabelecido o diagnóstico de TOC é necessário que as obsessões ou compulsões consumam um tempo razoável (por exemplo, tomam mais de uma hora por dia) ou causem desconforto clinicamente significativo, ou comprometam a vida social, ocupacional, acadêmica ou outras áreas importantes do funcionamento do indivíduo. Os sintomas obsessivo-compulsivos não podem ser atribuídos ao efeito fisiológico direto de uma substancia (p.ex. droga de abuso ou a uma medicação) ou a outra condição médica como doenças psiquiátricas, que também podem ter entre seus sintomas - obsessões e ou compulsões (por exemplo: dependência a drogas, comer compulsivo, jogo patológico). As obsessões e compulsões também não podem ser consequência de doenças neurológicas.

Tratamentos

O tratamentos eficazes para o transtorno obsessivo-compulsivo, que vão desde a terapia à auto-ajuda e medicação estratégias, Terapias e programas de auto-ajuda podem contribuir para a redução dos sintomas do TOC, e eventualmente da sua extinção.
A terapia cognitivo-comportamental e mais recentemente a terapia cognitivo-comportamental com base na aceitação. envolve duas componentes:
  • Exposição e prevenção da repetida
Estudos mostram que a exposição e prevenção de resposta pode realmente “treinar” o cérebro, de forma permanente para a redução da ocorrência de sintomas de transtorno obsessivo-compulsivo. Este tipo de técnica devidamente aplicada e monotorizada pode mesmo extinguir comportamentos compulsivos de forma permanente.
  • Terapia cognitiva
A componente de terapia cognitiva para transtorno obsessivo-compulsivo incide sobre os pensamentos catastróficos e exagerados e igualmente sobre o senso de responsabilidade exagerada. adequadas e eficazes de responder a pensamentos obsessivos, sem recorrer a um comportamento compulsivo.

Outros tratamentos
  • Medicação: Os antidepressivos são usados ​​às vezes em conjunto com a terapia psicológica para o tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo. No entanto, o uso isolado da medicação raramente é eficaz no alívio dos sintomas do TOC.
  • Terapia Familiar: Na grande maioria da vezes o TOC causa muitos problemas na vida familiar e ajustamento social. A terapia familiar é frequentemente recomendada. A terapia familiar promove a compreensão da condição e pode ajudar a reduzir os conflitos familiares. Pode também motivar os membros da família e ensiná-los a ajudar o seu familiar.
  • Terapia de Grupo: A terapia do grupo é um outro tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo bastante útil. Através da interação com colegas que sofrem de TOC, a terapia de grupo oferece apoio e encorajamento e diminui a sensação de isolamento.
Medicamentos que reduzem os sintomas

A serotonina na modulação dos sintomas . Medicamentos que inibem a recaptação da serotonina pelo neurônio aumentando a disponibilidade desse neurotransmissor na fenda sináptica e incrementam neuro-transmissão nas vias nervosas serotonérgicas, antiobsessivos,. São eles: a clomipramina, a fluoxetina, a paroxetina, a sertralina, o citalopram, escitalopram e a fluvoxamina.

Medicamentos que provocam os sintomas

Participação da neuroquímica cerebral. Várias substâncias, inclusive de medicamentos psiquiátricos, como risperidona, clozapina, olanzapina, quetiapina e o topiramato. Esses medicamentos são usados atualmente no tratamento de pacientes com esquizofrenia e com transtorno do humor bipolar. Curiosamente alguns deles tem sido utilizados para potencializar o efeito dos antiobsessivos, como a risperidona e a quetiapina. Os sintomas OC também foram observados durante o uso do interferon no tratamento da hepatite C e do melanoma maligno.

As doses diárias



· Clomipramina: 100 a 300 mg/dia Média: 200 mg/dia
· Fluvoxamina: 100 a 300 mg/dia Média: 200 mg/dia
· Fluoxetina: 20 a 80 mg/dia Média: 50 mg/dia
· Sertralina: 50 a 200 mg/dia Média: 150 mg/dia
· Paroxetina: 20 a 60 mg/dia Média: 50 mg/dia
· Citalopram: 20 a 60 mg/dia Média: 50 mg/dia
· Escitalopram:10 a 30 mg/dia. Média: 20 mg.

Outros medicamentos aos anti-obsessivos como o haloperidol, a risperidona, a quetiapina e o aripriprazol. regra deve-se sempre associar aos medicamentos a terapia-cognitivo-comportamental.

Vantagens e desvantagens dos medicamentos

A manutenção do medicamento antiobsessivo parece exercer efeito protetor para recaídas, especialmente se usado em doses elevadas e a longo prazo. Muitos não toleram os efeitos colaterais, que são bastante comuns, ou simplesmente não aceitam usar medicamentos. as recaídas, que são muito comuns após a suspensão do tratamento.

Efeitos colaterais



  São mais fortes ao iniciar a medicação, mais comuns da fluoxetina, sertralina,paroxetina, da fluvoxamina do citalopram e escitalopram são náuseas, dor abdominal, sonolência, eventualmente insônia, inquietude,cefaleia, disfunção sexual (diminuição do desejo, dificuldades para atingir o orgasmo retardo na ejaculação). provocar tremores das mãos.

A clomipramina (Anafranil) tonturas, hipotensão, boca seca, visão borrada, constipação intestinal, sonolência, fadiga, ganho de peso, retardo na ejaculação, retenção urinária, diminuição da libido e confusão mental. Raramente, provoca tremores das mãos, suores noturnos e galactorréia (secreção de leite) em mulheres. Em doses elevadas, pode provocar convulsões.

Não deve ser usada em crianças, em obesos e especialmente em pacientes com problemas cardíacos, como os idosos, provoca tonturas e aumenta o risco de quedas e além de provocar alterações na condução dos impulsos elétricos que regulam os batimentos cardíacos. Provocar confusão mental, agravar a constipação intestinal ou provocar retenção urinária,problemas de próstata.

Faça o teste

O teste abaixo não substitui uma consulta especializada. As perguntas servem para auxílio no diagnóstico de Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Caso você responda positivamente a alguma das questões seguintes é importante que procure um atendimento psiquiátrico especializado para melhor avaliação.

Sua mente é invadida por pensamentos, impulsos, palavras, frases, música, ou imagens que não deseja que o incomodam e não consegue afastar ?
Preocupa-se demais com germes, contaminação, sujeira, ou doenças?
Preocupa-se demasiadamente em ter certeza ou fazer as coisas de forma absolutamente perfeita, tendo por isso sempre muitas dúvidas, e a necessidade de repeti-las?
Necessita lavar as mãos repetidamente ou de forma excessiva?
Tem necessidade de tomar vários banhos ao dia por se sentir sujo, contaminado ou por sentir culpa por algo que considera ter feito de errado ou imoral?
Verifica portas, fogão, janelas, gás, torneiras, eletro-domésticos ou outras coisas de forma excessiva?
Necessita fazer coisas de forma repetida e sem sentido (tocar, contar, repetir números, palavras ou frases?
Preocupa-se demais em que as coisas estejam simétricas, perfeitas, organizadas ou alinhadas?


Referências

Aristidee Volpaco Cordioli.O TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO E AS SUAS MANIFESTAÇÕES Do livro: “TOC” da Editora Artmed. Porto Alegre, 2014.

Cordioli. V. Aristides.O Transtorno Obsessivo-Compusivo e suas manifestações ,Ed.Artmed,Porto Alegre,2014. TOC transtorno obsessivo-compulsivo .Disponivél em:http://www.ufrgs.br//.Acesso em:16 jan. 2014.

Dalgalarrondo,Paulo.Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.2.ed.Porto Alegre: Artemed,2008.

Miguel Lucas.http://www.escolapsicologia.com/transtorno-obsessivo-compulsivo-o-que-e-e-como-tratar// Acesso em: 18 jan. 2014

.Madeiros.B. Daniel, Afinal de conta,o que é TOC.Disponível em: http://www.prontamentepsiquiatria.com.br//.ACESSO Em:16 jan. 2014.

Nogueira,marcos.Diagnostico psiquiátrico: um guia, 2ªed.São Paulo: Lemos Editorial,2004.

Vivan A. Prevalência do transtorno obsessivo-compulsivo alunos de escolas do segundo grau de Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do SUl. Tese de Doutorado. 2013.http://envolverde.com.br/saude/diagnostico/memoria-e-autoconfianca-uma-nova-estrategia-para-tratamento-do-toc/Acessado em:18 jan, 2014.

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